Medicamento para doença de Gaucher será produzido no Brasil

O Ministério da Saúde firmou acordo com as empresas farmacêuticas Pfizer e Protalix para que o Laboratório Bio-Manguinhos/Fundação Oswaldo Cruz passe a fabricar, dentro de cinco anos, o medicamento taliglucerase alfa, indicado para o tratamento da doença de Gaucher.

A doença é um problema genético raro, hereditário e que não tem cura. Ela altera o funcionamento metabólico da pessoa devido à deficiência de uma importante enzima, responsável pela digestão das gorduras de células. Seus principais sintomas são: inchaço do fígado e baço, anemia, hematomas, dor e enfraquecimento dos ossos.

Atualmente 610 pessoas recebem tratamento da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o ministério, o acordo prevê a transferência de tecnologia da norte-americana Pfizer e da israelense Protalix para a produção remédio no País.

O negócio foi fechado por R$ 1,25 bilhão e também inclui a compra dos medicamentos por cinco anos, o que permitirá o tratamento dos pacientes na rede pública sem interrupção até que comece a ser fabricado no Brasil. O governo estima uma economia de R$ 70 milhões.

Dependência

De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, um dos principais problemas que o Brasil enfrenta hoje é a dependência de tecnologia e conhecimento na produção de insumos para a saúde.

“O mais importante dessa parceria é tipo de conhecimento embutido. O medicamento, taliglucerase alfa, é uma enzima, ou seja, produzido por um processo biológico. A partir do domínio dessa plataforma de produção, o Brasil se capacita a produzir outros produtos do gênero”, afirma.

Antigos problemas

Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o ministério a comprar 54.400 frascos da enzima para a rede pública de saúde, mesmo sem o registro do medicamento no País.

Segundo o governo, a compra emergencial foi necessária porque a fabricante mundial da imiglucerase – único remédio registrado no Brasil para o tratamento da doença de Gaucher – suspendeu a produção por conta de uma contaminação em seus equipamentos e informou que não teria condições de atender o mercado brasileiro.

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