GDF PRETENDE TIRAR VERBA DA EDUCAÇÃO PARA AUMENTAR GASTO COM SEGURANÇA, DENUNCIA SAE-DF
Projeto de 2026 corta quase R$ 1 bi da educação e amplia verba da segurança com mais da metade do fundo.

O Sindicato dos Trabalhadores em Políticas Públicas e Gestão Educacional do Distrito Federal (SAE-DF) manifesta repúdio à proposta orçamentária do Governo do Distrito Federal (GDF) para 2026. O texto enviado ao Congresso Nacional prevê corte de quase R$ 1 bilhão na verba destinada à educação pública, mesmo com o aumento de 13,3 por cento no total de recursos do Fundo Constitucional.
Segundo dados do projeto de Lei Orçamentária Anual, a educação, que havia recebido 21,7 por cento do fundo na Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada em junho pela Câmara Legislativa, aparece agora com apenas 18 por cento. Na prática, são cerca de R$ 900 milhões a menos para o setor. A saúde também teve redução. Já a segurança pública foi beneficiada com aumento de recursos e passou a receber mais da metade do orçamento previsto pelo fundo.
A presidenta do SAE-DF, Sonia Vilarindo, afirma que a proposta representa um retrocesso grave e desvaloriza os profissionais da educação.
“É inadmissível que o governo retire recursos da educação para ampliar o orçamento da segurança. Segurança pública se constrói também com escola valorizada, servidor reconhecido e investimento contínuo na formação das novas gerações. Não aceitaremos esse ataque à nossa carreira e vamos lutar para reverter essa escolha injusta.”
O sindicato considera essa decisão do GDF uma inversão de prioridades. A proposta compromete a qualidade do ensino, inviabiliza a reestruturação da carreira da PPGE e enfraquece os investimentos em valorização profissional, concursos públicos e condições de trabalho.
O SAE-DF defende que educação, saúde e segurança são áreas complementares e devem receber tratamento equilibrado. Não se trata de disputa entre setores, mas de uma política pública integrada que valorize os serviços essenciais prestados à população do Distrito Federal.
Diante do cenário, o sindicato apoia a cobrança feita pelo deputado distrital Gabriel Magno (PT), que solicitou explicações formais à Secretaria de Economia do DF. A entidade também exige a recomposição dos valores aprovados para a educação e se manterá mobilizada para defender os direitos dos servidores e a qualidade do serviço público.
O tema será pauta da próxima plenária de representações sindicais. O SAE-DF orienta a categoria a acompanhar os canais oficiais e a se manter mobilizada para as próximas ações de luta.