NO 7 DE SETEMBRO, BOLSONARO REAFIRMA AMEAÇAS E ATAQUES À DEMOCRACIA. SAE DF EXIGE IMPEACHMENT JÁ

As celebrações do Dia da Independência foram marcadas por uma escalada dos ataques do presidente Jair Bolsonaro contra a democracia e suas instituições e a promessa de reação dos demais poderes. O 7 de setembro levou milhares de brasileiros às ruas, em manifestações contra e a favor ao governo: o presidente compareceu aos atos realizados em Brasília e na cidade de São Paulo, onde subiu o tom das críticas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) – com foco em dois ministros; e anunciou a convocação do Conselho da República.

As declarações do presidente geraram reação no meio político e jurídico. Na tarde da terça-feira, o ministro Luís Fux reuniu os ministros do Supremo e anunciou que responderá ao chefe do Executivo na abertura da sessão plenária da corte nesta quarta-feira, 08/09. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco cancelou as atividades da Casa nesta semana – não haverá sessão deliberativa nem agenda das comissões. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não se manifestou.

Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores das Escolas Públicas no Distrito Federal (SAE DF) acompanharam o 7 de setembro – a direção do sindicato reafirma a defesa da democracia e a necessidade de resistência da sociedade organizada, para impedir o avanço de Bolsonaro e seus apoiadores na consolidação de um golpe antidemocrático. “É caso de crime de responsabilidade e cabe às autoridades competentes examinar o impeachment já”, diz o secretário-geral do SAE DF, Denivaldo Alves do Nascimento.

Escalada autoritária – Na capital federal, Bolsonaro afirmou que as autoridades devem agir dentro dos limites da Constituição e fez referência a decisões do STF, onde é alvo em quatro investigações. Seus alvos são os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

“Nós não aceitaremos mais que qualquer autoridade, usando a força do poder, passe por cima da nossa Constituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer sentença que venha de fora das quatro linhas da Constituição”, disse o presidente. “Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, acrescentou, em referência velada ao presidente do STF, ministro Luis Fux.

Em São Paulo, Bolsonaro repetiu os ataques e reafirmou que não será retirado do poder. “Enquanto estiverem ao meu lado, eu irei representar vocês. Só Deus me tira de Brasília”, avisou. “Não vamos admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar nossa democracia e açoitar nossa Constituição”, disse. “Só saio preso, morto ou com vitória. Direi aos canalhas que eu nunca serei preso”, reforçou.

(Com agências de notícias)

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