DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Externamos aqui nossa homenagem ao Dia Internacional da Mulher consistente numa demonstração de apoio à luta contra o acúmulo histórico de preconceito e discriminação contra as mulheres.

Os setores conservadores da sociedade – agora reforçados pela composição do Congresso Nacional que saiu das urnas nas últimas eleições -, mais interessados no faturamento financeiro por ocasião de datas comemorativas como o Dia das Mães, o Dia dos Pais e tantas outras, sempre tentam dar ao Dia Internacional da Mulher um caráter meramente comemorativo. Por trás disso, não há dúvidas de que se esconde um viés ideológico à direita, que teima em fazer perpetuar o preconceito e a discriminação contra as mulheres.

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Na verdade, o Dia Internacional da Mulher foi instituído com fundamento na histórica luta das mulheres contra a discriminação e o preconceito de gênero, tendo como marco dessa luta o dia 8 de março de 1.857. Naquele dia, mulheres tecelãs da cidade de Nova York, que recebiam menos da metade do salário de um homem pelo mesmo trabalho, fizeram uma greve em defesa da equiparação salarial. Na pauta da greve, além do fim dessa discriminação salarial, as tecelãs exigiam a redução da carga horária de trabalho de 16 para 10 horas diárias de serviço.

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 Violência repressiva que se seguiu levou à morte por carbonização mais de uma centena de mulheres.

Portanto, o Dia Internacional da Mulher foi instituído não como uma data meramente comemorativa destinada a render homenagem às mulheres simplesmente por serem mulheres. Essa data, na verdade, tem por objetivo manter viva a luta das mulheres contra a discriminação e o preconceito, contra a intencional e dissimulada prática política capitalista de que se alimenta a direita conservadora, de manter as mulheres na invisibilidade social e na subalternidade política.

Trata-se, portanto de um dia reflexão acerca dos débitos sociais do Estado em relação às mulheres. Por exemplo, neste dia 8 de março de 2015, levando em conta a conjuntura política nacional e a composição de um Congresso Nacional em nosso país, com um nível de conservadorismos com precedentes que remontam aos idos de 1964, é o momento de as mulheres se engajarem no debate sobre uma urgente e necessária reforma política. Isso porque, como se sabe, embora as mulheres sejam hoje a maioria da população brasileira, no Congresso Nacional, elas representam cerca de 10% do total de parlamentares. Esse é o resultado, em grande parte, do financiamento privado de campanhas eleitorais, bancadas por representantes do que há de mais atrasado no tocante ao necessário combate à discriminação e ao preconceito, inclusive, contra as mulheres, conforme se pode constatar em inúmeras pesquisas que apontam graves injustiças na remuneração do trabalho feminino em relação ao masculino em todo o país.

Em que pese a beleza das rosas, o simbolismo dos presentes de que se nutre a ganância financeira dos conservadores de sempre, é importante entendermos que o Dia Internacional da Mulher refere-se à revitalização da luta daquelas guerreiras mulheres trabalhadoras, barbaramente assassinadas na luta pelo que depois viria a se materializar no reconhecimento dos Estados de inúmeros direitos sociais e trabalhistas, que transformaram as relações econômicas e sociais em todo o mundo.

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