CRÔNICA DO 1º DE MAIO: O QUE O TRABALHO NOS PEDE
1º de Maio: refletir, resistir e lutar por direitos. A história do trabalho e da carreira PPGE mostra que só a união garante conquistas.

Hoje é feriado. O trânsito está calmo, as escolas em silêncio, e as mãos calejadas do Brasil, por um instante, descansam. É o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho — data que, para muitos, soa apenas como pausa. Mas será mesmo só isso?
Talvez fosse diferente se, ao cruzar com esse dia no calendário, nos lembrássemos de Chicago, 1886. Homens e mulheres, operários e operárias, tomaram as ruas exigindo um direito tão básico quanto respirar: trabalhar por oito horas, descansar por oito horas e viver por oito horas. O preço? Sangue, prisão, mortes. O ganho? A semente de algo maior: o direito de lutar.
O Brasil abraçou essa data oficialmente em 1924, e desde então, cada 1º de maio nos oferece uma pergunta que raramente temos tempo de ouvir: que país estamos construindo com o nosso trabalho?
Nos últimos anos, essa pergunta ficou ainda mais difícil de responder. A reforma trabalhista de 2017 prometia modernidade e empregos. O que se viu foi o aumento da informalidade, a fragilização de sindicatos e a ascensão da temida “pejotização” — nome técnico para o truque antigo de contratar sem vínculo, sem segurança, sem direito. O trabalhador vira empresa, mas continua sem lucro e sem férias.

E quando falamos de servidores públicos, como os da carreira de Políticas Públicas e Gestão Educacional (PPGE), a história também ecoa em tons de resistência. São milhares de profissionais — gestores, técnicos e analistas — que constroem a educação pública do Distrito Federal. Gente que cuida, organiza, acolhe, mas que por décadas teve suas funções invisibilizadas, seus direitos contestados.
Foi para dar voz a essa gente que nasceu o SAE-DF. E como toda luta que vale a pena, a caminhada nunca foi simples. Mas foi firme. Do reconhecimento da carreira à reestruturação conquistada na Lei nº 7.353/2023, cada avanço veio do enfrentamento coletivo contra o descaso e a precarização. Uma luta que segue — porque ainda há o que conquistar, e muito o que proteger.
Hoje, ao olhar para esse dia de descanso, não pense apenas no feriado. Pense no seu trabalho. No suor que escorre, no cansaço que pesa, mas também no orgulho do que se constrói com ele. Pense na importância de estar junto — em assembleia, em greve, em sindicato. Porque o trabalho pode até ser individual, mas os direitos, esses, são sempre coletivos.
E você, trabalhador da educação, já pensou em como fortalecer essa luta? Participe das ações do SAE-DF, informe-se, organize-se. O futuro que a gente quer só se constrói com união.