ESCOLAS SEM PORTEIROS: SEGURANÇA E GESTÃO EM RISCO NO DISTRITO FEDERAL

Relatos de pais e funcionários evidenciam a urgência de concursos para porteiros nas escolas públicas, enquanto servidores acumulam funções e a segurança dos alunos fica comprometida

Hoje, a TV Globo divulgou uma matéria preocupante sobre a falta de porteiros (Técnicos de Gestão Educacional Especialidade Vigilância) em escolas públicas do Distrito Federal, destacando especialmente duas instituições no Gama. Segundo relatos de pais e responsáveis, a ausência desses profissionais está forçando diretores, coordenadores e demais servidores a assumirem o controle da portaria, uma situação que coloca em risco a segurança de alunos e educadores.

Um exemplo dessa situação ocorreu na Escola Classe 3 do Gama. Rachel, mãe de uma aluna de oito anos, expressou sua frustração ao ser repreendida por uma funcionária sobre o horário de fechamento dos portões. “A diretora ou coordenadora me informou que o prazo máximo era até às 18h15, porque a escola está sem o serviço de portaria”, relata Rachel. “Hoje quem dá bronca é a Raquel, que não entende o motivo de a escola não ter um porteiro. Eu estou aqui reivindicando um direito que não é só meu, mas de outros pais também e das nossas crianças que estão correndo risco”.

Na Escola Classe 19, também no Gama, o problema se repete. Bruna, outra mãe preocupada, conta que já ficou quase uma hora do lado de fora do colégio tentando buscar seu filho que passava mal. “Pedi para uma pessoa vir buscar ele, a pessoa chegou aqui umas cinco horas e ele só saiu e meia. E ela não conseguiu falar com ninguém da escola”, lamenta.

Os problemas decorrentes da falta de porteiros não se limitam a esses incidentes isolados. O Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas no Distrito Federal (SAE-DF) tem alertado sobre a necessidade de realização de concursos públicos para preencher essas vagas, argumentando que a terceirização de vigilantes não substitui a presença e o cuidado que um porteiro da comunidade escolar oferece. Denivaldo Alves, Secretário Geral do SAE-DF, enfatiza a importância do servidor conhecer os alunos pelo nome, algo que um terceirizado, focado mais na segurança patrimonial, não conseguiria proporcionar.

“Quando o servidor é de escola pública, ele atende melhor no ambiente escolar porque conhece o aluno pelo nome”, afirma Denivaldo. “Estamos lidando com pessoas, não apenas com patrimônio”.

A Secretaria de Educação do DF reconhece o déficit de funcionários, que foi exacerbado por aposentadorias e licenças médicas, e afirma estar realocando servidores para as escolas mais necessitadas e terceirizando a vigilância para garantir segurança 24 horas.

Esta situação alarmante levanta sérias questões sobre a segurança e o bem-estar dos estudantes nas escolas públicas. Com os porteiros desempenhando um papel crucial na gestão do fluxo de pessoas e na proteção dos estudantes, a falta desses profissionais é uma lacuna que precisa ser urgentemente abordada para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos na comunidade escolar.

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