SAE-DF exige providências em face da morte de Mãe Bernadete

Em meio a uma onda crescente de intolerância religiosa e crimes raciais no país, a morte da líder quilombola e Yalorixá, Mãe Bernadete Pacífico, reacende o debate sobre a necessidade de uma ação imediata das autoridades para a proteção das lideranças negras e religiosas de matriz afro-brasileira.

Mãe Bernadete, uma importante defensora da cultura quilombola, foi morta a tiros em Simões Filho, Bahia. Esta não é a primeira tragédia a assolar sua família; seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também foi assassinado em circunstâncias semelhantes em 2017, sem que os responsáveis fossem identificados e punidos.

O SAE-DF ressalta que tais atos não podem ser vistos como isolados. Na Bahia, o avanço do agronegócio e interesses de grandes empresas têm levado a conflitos fundiários e pressões sobre as comunidades quilombolas.

Nilvia Rodrigues, Secretária de Gênero, Raça e Políticas para as Mulheres, expressou sua preocupação e revolta. “A morte de Mãe Bernadete, uma luz na luta contra a discriminação e o racismo, não é apenas uma perda pessoal, mas uma afronta a todos que defendem a justiça, a igualdade e a diversidade. O SAE-DF se une a todas as entidades em busca de paz e justiça para que o Brasil seja verdadeiramente um país de todos. O silêncio não é opção. Exigimos medidas concretas e efetivas por parte das autoridades.”

Nilvia Rodrigues, Secretária de Gênero, Raça e Políticas para as Mulheres

O aumento nas denúncias de violência devido à intolerância religiosa também é motivo de preocupação. Em apenas um ano, entre 2021 e 2022, o número de denúncias saltou 106%. Mãe Bernadete, que já havia alertado sobre ameaças de morte, agora se soma a essas estatísticas alarmantes.

O governo federal, através dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania, anunciou o envio de representantes para acompanhar a investigação do caso. Porém, a comunidade espera que essa mobilização resulte em ações concretas e duradouras que combatam a raiz do problema e garantam a segurança e o direito à liberdade religiosa e cultural de todos os brasileiros.

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