Mulheres da CUT realizam formação para seguir a luta

Até sexta-feira (2) mulheres cutistas debateram estratégias de fortalecimento político feminino para garantir e ampliar direitos, promover igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica. A discussão é realizada durante o 6º Encontro Nacional de Formação Feminista. A atividade, iniciada nesta quarta-feira (30), foi realizada em Cooperinca-Cajamar, em São Paulo, e contou com a participação de cerca de 50 dirigentes e assessoras cutistas, entre elas, a secretária de Mulheres da CUT Brasília, e Secretária de Gênero, Raça e Política para as Mulheres do SAE Izaura Oliveira Santos.

“É essencial que nós mulheres estejamos preparadas para lutarmos por um mundo mais justo e igualitário, que não considere a questão do gênero como critério para diferenciar salários, escolha de chefias e cargos de liderança, oportunidades. Isso inclusive dentro do próprio movimento sindical. E para que nos preparemos, é necessária a formação. O compromisso da CUT Brasília é, posteriormente, repassar todo o conteúdo absorvido aqui para as secretárias e assessoras de mulheres dos sindicatos filiados”, afirma Izaura Santos.

Entre os temas tratados durante o curso estão a história da organização e lutas das mulheres na CUT, o feminismo cutista e a relação como os movimentos de mulheres e a presença das mulheres cutistas na construção de propostas e na implementação de políticas públicas.

Coletivo Nacional de Mulheres
geralmulhresAntecedeu o 6º Encontro Nacional de Formação Feminista a reunião do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT, que também foi realizada em São Paulo. O encontro teve como eixo de debate a paridade e o fortalecimento das mulheres para barrar o conservadorismo.

Na avaliação da vice-presidenta da CUT Nacional, Carmem Foro, a questão das mulheres está ligada diretamente a outros desafios dos movimentos social e sindical, como a democratização da comunicação e a reforma política. “Existe uma crise do capitalismo, uma crise política, econômica e uma disputa da direita pelo poder. Apesar de muitas conquistas nestes últimos 12 anos, nós deixamos de fazer mudanças importantes como a democratização da mídia e a reforma política e estamos pagando o preço por isso”, afirma.

A secretária de Mulheres da CUT Nacional, Rosane Silva, lembrou que o combate ao Estatuto da Família, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, também é pauta de luta das mulheres. “Pensar como é que as mulheres trabalhadoras estão se organizando para resistir a ofensiva conservadora é fundamental”, avalia. O Estatuto restringe o conceito de família como união entre homem e mulher.

No Coletivo, as mulheres ainda lembraram que a paridade na direção da CUT Nacional começará a valer a partir do 12º Congresso Nacional da CUT (Concut). Entretanto, é necessário se fazer a disputa dos espaços. “Nós mulheres, depois de um longo trabalho para conquistar a paridade, teremos que discutir a qualidade de paridade que nós teremos. Queremos estar na frente das mesas de negociação, no governo, porque somos 50% da classe trabalhadora”, lembra a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT Nacional, Junéia Batista.

As participantes do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT também consideraram como desafios o combate permanente a qualquer tipo de violência; a luta para impedir a pauta política conservadora; o avanço nas políticas públicas para as mulheres; a igualdade nos direitos trabalhistas para as domésticas; a garantia e ampliação de creche pública com qualidade e escola em tempo integral; a defesa da ratificação da Convenção 156 da OIT – que iguala a oportunidade e direitos entre homens e mulheres –; a construção e manutenção das relações com os movimentos sociais e a formação feminista permanente.
Fonte: CUT Brasília, com informações da CUT Nacional e adaptações.

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