CÂMARA APROVA ISENÇÃO DO IR ATÉ R$ 5 MIL EM VITÓRIA MARCADA POR MOBILIZAÇÃO POPULAR
Pressão popular garante aprovação unânime da isenção do IR até R$ 5 mil e derruba tentativas de blindagem e anistia na Câmara.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 1º, por 493 votos a 0, o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda salários de até R$ 5 mil mensais. A proposta prevê também desconto para rendimentos até R$ 7.350 e compensação por meio de sobretaxa sobre rendas tributáveis superiores a R$ 600 mil anuais. O texto segue ao Senado e, se aprovado, passa a valer a partir de 2026.
O projeto havia ficado semanas sem votação, em meio à tentativa de líderes de vinculá-lo à chamada PEC da Blindagem e ao PL da Anistia, iniciativas que buscavam reduzir punições a parlamentares e partidos. A forte reação de sindicatos, servidores e movimentos sociais, amplificada nas redes, impediu que essas propostas avançassem. A unanimidade na votação foi interpretada como reflexo direto dessa mobilização. Deputados que antes resistiam ao tema acabaram cedendo diante da pressão pública.
Nos dias que antecederam a votação, a discussão sobre a isenção do IR e a rejeição à blindagem ganharam destaque nas redes sociais. Hashtags em defesa do projeto alcançaram os assuntos mais comentados. Entidades sindicais e servidores também realizaram atos em frente ao Congresso para pressionar pela aprovação.
Segundo estudo do SAE-DF, clique aqui, a medida pode beneficiar até 67% da carreira PPGE no Distrito Federal, concentrada em faixas salariais de até R$ 5 mil. O alívio tributário tende a ser mais perceptível na base da categoria, que hoje arca com desconto médio de 7,5% a 15%.
O Senado deve analisar a proposta ainda em outubro. O governo busca votação rápida para garantir sanção até o fim do ano. A entrada em vigor está prevista para 2026.
A aprovação unânime da isenção do IR expôs a força da mobilização popular contra propostas de blindagem e anistia. O episódio também evidenciou o risco de utilização de projetos de interesse social como instrumento de barganha política. A pressão social, desta vez, obrigou o Parlamento a cumprir o princípio de que o mandato é do povo e deve atender ao interesse público.