VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NÃO TEM DESCULPA, TEM COMBATE
Janeiro a julho de 2025 mantêm média diária de quatro feminicídios no Brasil; no DF, desafios atingem servidoras da educação.

O Brasil registrou, no primeiro semestre de 2025, uma média de quatro feminicídios por dia, segundo o Mapa da Segurança Pública. A estimativa confirma a continuidade da tragédia que culminou em 1.492 mortes em 2024 — recorde da série histórica iniciada em 2015, com crescimento de 0,7% sobre 2023. Mais de 63% das vítimas eram negras e 70,5% tinham entre 18 e 44 anos. Em oito de cada dez casos, o agressor era companheiro ou ex‑companheiro, e 64% dos crimes ocorreram dentro de casa (ANDES-SN).

A violência não-letiva também avança. Em 2024, houve aumento de 18,2% em casos de perseguição (stalking) e de 6,3% na violência psicológica. O estupro e outras formas de abuso sexual foram igualmente alarmantes, com alta expressiva nas estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (ANDES-SN).

DF e servidoras da educação: vulnerabilidades no cotidiano
No Distrito Federal, os dados oficiais por semestre ainda não foram divulgados. Contudo, sabe-se que a região Centro‑Oeste apresentou em 2024 a maior taxa de feminicídio do país, 1,87 por 100 mil mulheres, cenário que não se reverte nos primeiros meses de 2025. O DF convive com déficit de delegacias especializadas, subnotificação e lentidão na justiça.
Entre as servidoras da Secretaria de Educação, a situação envolve ainda vulnerabilidades no ambiente institucional. Embora não haja estatísticas específicas, relatos internos ao SAE‑DF apontam casos de violência doméstica, assédio e silenciamento que exigem atenção e resposta articulada.
Políticas sociais e ações do SAE‑DF
A Secretaria de Sexualidade, Raça e Políticas para as Mulheres do SAE‑DF tem promovido debates, encontros e formações voltadas às servidoras da educação. Em março de 2025, reuniu mulheres da categoria para fortalecer a organização sindical, sob coordenação da presidenta Sonia Vilarindo e da diretora Nilvia Reis (SAEDF).
A secretaria também mantém canais abertos para denúncias e pedidos de apoio: ouvidoria@saedf.org.br e WhatsApp (61) 99598-7931. As denúncias podem ser feitas presencialmente, com garantia de confidencialidade. O SAE‑DF orienta que, em todos os casos, também se ligue ao número 180, Central de Atendimento à Mulher.
“Entre janeiro e julho de 2025, a violência contra mulheres segue firme, reflexo da persistência da desigualdade e da omissão institucional. O SAE‑DF está disponível para apoiar servidoras com escuta, orientação jurídica e psicológica, além de mobilização coletiva. Nosso compromisso é exigir do Estado o cumprimento das leis e garantir proteção efetiva”, afirma Sonia Vilarindo, presidenta do SAE‑DF.
Cenário nacional e obstáculos à proteção efetiva
A política nacional de enfrentamento à violência contra a mulher conta com instrumentos como a Lei Maria da Penha, a tipificação do feminicídio e a central de denúncias 180, agora com atendimento em aplicativos. A rede de Casas da Mulher Brasileira disponibiliza acolhimento. Mas faltam recursos, estrutura institucional e articulação federativa, conforme apontado pelo TCU e pesquisadores do FBSP (SAEDF).
Os dados de 2025 confirmam que a violência contra a mulher é um problema persistente, que se manifesta em múltiplas formas e continua ceifando vidas. Servidoras da educação no DF merecem atenção específica, políticas escolares de prevenção, acolhimento institucional e canais seguros de denúncia.
“O enfrentamento à violência contra a mulher passa pela escuta ativa, pelo acolhimento responsável e pela construção de políticas permanentes dentro dos espaços de trabalho e educação. No SAE‑DF, criamos um canal direto com as servidoras, porque entendemos que a denúncia só acontece quando há confiança e respaldo institucional. Estamos aqui para apoiar, orientar e caminhar juntas em todas as situações que envolvam violência ou discriminação.” Nilvia Reis, diretora da Secretaria de Sexualidade, Raça e Políticas para as Mulheres do SAE‑DF.
O SAE‑DF reafirma seu compromisso com a formação das mulheres, com a mobilização coletiva, com a atuação institucional e com a rede de acolhimento. A violência contra a mulher não tem desculpa. Tem combate — e ele exige participação, pressão pública e ação diária.
Como buscar apoio ou denunciar
- Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, 24 horas
- Escreva para: ouvidoria@saedf.org.br
- WhatsApp SAE‑DF: (61) 99598-7931
- Atendimento presencial com confidencialidade garantida
SAE‑DF: pela proteção, informação e mobilização das servidoras da educação.